Mártires testemunham desejo de Deus de salvar a todos, afirma Papa
- 26/12/2024
No dia de Santo Estêvão, Francisco rezou o Angelus e destacou exemplo do diácono que rezou por seus algozes enquanto era apedrejado até a morte
Da Redação
Nesta quinta-feira, 26, o Papa Francisco rezou o Angelus junto aos fiéis reunidos na Praça São Pedro. Neste dia é celebrado Santo Estêvão, o primeiro mártir da história da Igreja, e o Pontífice concentrou sua reflexão sobre o testemunho de fé deixado pelo diácono.
O Santo Padre destacou que, no relato bíblico do martírio de Estêvão (At 7,54-60), o diácono reza por seus algozes enquanto é apedrejado. “Ainda que à primeira vista Estêvão pareça sofrer impotentemente uma violência, na realidade, como um homem verdadeiramente livre, ele continua a amar até mesmo seus assassinos e a oferecer sua vida por eles, como Jesus. Ele oferece sua vida para que se arrependam e, perdoados, possam receber o dom da vida eterna”, declarou.
Desta forma, Estêvão configura-se como testemunha do grande desejo de Deus: que todos os homens sejam salvos. ”O Pai quer o bem e apenas o bem para cada um de seus filhos, sempre”, afirmou Francisco. “É um Pai que não exclui ninguém, que nunca se cansa de buscá-los e de acolhê-los novamente quando, após se afastarem, retornam arrependidos a Ele. É um Pai que não se cansa de perdoar: Deus perdoa sempre e tudo”, acrescentou.
Leia mais
.: Papa: no martírio encontram-se as características do perfeito discípulo
.: Padre explica tipos de martírio e frisa sofrimentos do dia a dia
Martírio nos dias atuais
Retomando o exemplo de Estêvão, o Papa lamentou que, ainda hoje, em várias partes do mundo, muitos homens sejam perseguidos por causa do Evangelho, às vezes até a morte. Assim como o protomártir, sinalizou o Pontífice, “eles não se deixam executar por fraqueza ou para defender uma ideologia, mas para tornar todos participantes do dom da salvação – e fazem isso em primeiro lugar precisamente para o bem de seus algozes, e rezam por eles”.
O Papa citou o exemplo do Beato Christian de Chergé, monge francês assassinado em 1996 por extremistas islâmicos. O Pontífice citou que o religioso chamou seus assassinos de “amigos do último minuto”, indicando a visão que o mártir tinha de seus perseguidores.
Concluindo sua fala, o Santo Padre convidou os fiéis a refletirem: “eu sinto o desejo de que todos conheçam a Deus e sejam salvos? Sei querer o bem até mesmo daqueles que me fazem sofrer? Interesso-me e rezo por tantos irmãos perseguidos por causa da fé?”.
O post Mártires testemunham desejo de Deus de salvar a todos, afirma Papa apareceu primeiro em Notícias.